segunda-feira, 11 de julho de 2016

Lagoa Encantada pode ser solução hídrica para Itabuna,Ilhéus e Uruçuca


“A água é o nosso recurso natural mais precioso. Tê-lo em quantidade e qualidade é condição determinante para a existência da vida e essencial para o desenvolvimento socioeconômico das nações.”

O país passa por uma mudança climática drástica e não é diferente na Bahia.
 Ao viajar durante dois meses no processo eleitoral das Bacias Hidrográficas, tomei conhecimento da realidade. A nossa região, a qual está inserida na Bacia Hidrográfica Leste, a situação é mais grave ainda pelo índice populacional que ficou a mercê dessa longa crise hídrica que tem interferido tanto no abastecimento das cidades como Itabuna, Uruçuca, Itajuípe, e Ilhéus, assim como na produção de alimentos.
A crise hídrica de Itabuna, Ibicaraí e Itapé, serão  resolvidas após a conclusão da Barragem do Rio Colônia. Mas isso levará alguns anos até tudo se equilibrar e entrar na normalidade. Mas o que realmente precisamos é de alternativas imediatas.
E foi pensando nisso que surgiu a ideia de sugeri ao Estado por meio de suas equipes de engenharia realizar um projeto que pode ser de caráter provisório e até definitivo se for bem arquitetado.
A alternativa que existe está mais próximo do imaginamos.

Lagoa do Itaipe ou como é conhecida “Lagoa Encantada”.

A Lagoa Encantada hoje é quem tem a maior capacidade de reserva de água doce para em situação de emergência amenizar a situação da população. Para tal cabe as instituições ligadas ao Estado, aproveitar os estudos realizados recentemente pela OIKOS e os já realizados pela UESC para o enquadramento da lagoa  e dos pequenos rios que  abastecem a mesma em classes de uso que consiste na determinação das características mínimas da qualidade da água desses  corpos hídricos. Salientando os usos preponderantes a que serão  destinados ao abastecimento de residências e em caráter emergencial até a situação climática ser resolvida. 

A Lagoa Encantada está totalmente inserida na Bacia Hidrográfica do Leste e Rio Almada, e abriga as principais nascentes e partes dos cursos d’água que mantém o nível das águas da Lagoa Encantada. 



A Lagoa é um corpo de água ovoide, irregular, com o eixo maior alinhado na direção E-O. Na sua maior dimensão tem 3,4 km e na direção N-S em torno de 2,5 km. Na época da seca sua profundidade média é em torno de 2 m, variando com as marés, porém, na época da cheias fluviais chega a mais de 2,5 m.
A Lagoa Encantada foi transformada em área de preservação ambiental (APA) em 14 de junho de 1993, através do decreto de número 2.217. Assim, o espaço ocupado pela área da APA abarca uma realidade sócio-espacial singular, com fortes características da realidade regional com base na lavoura cacaueira. Trata-se da maior lagoa natural de água doce da Bahia, cercada por fazendas e mata nativa, situada ao norte de Ilhéus, no distrito de Castelo Novo, antigo aldeamento indígena dos Querén. 



É interligada ao Rio Almada por meio do córrego Itaipe ou Taipe, com 700m de extensão (Foto Jose Nazal). Visando a navegação, construíram um canal de 500 metros à jusante da confluência natural, o qual não é assinalado nos mapas devido a sua pequena escala. Não há influencia da maré por que fica numa posição mais elevada, mas no passado, A lagoa é abastecida, segundo estudos da Oiko por mais de 30 tributários ao norte e os principais são:  Caldeiras (caldeirões), Taguaril e Buranhem, Serapilheira, Inhapi , Ponta Grossa e Apipique (Cachoeira com mais de 40 m de altura). O único escape de águas é sua montante que é o córrego Itaipe. A montante é a principio de fácil controle, não exigindo elevados custos de projetos e de pouco impacto o que pode ser comprovado por meio de elaboração de estudos mais minuciosos. 

Localiza-se no distrito de Castelo Novo, no município de Ilhéus a 22,5 km da sede do município  e 7,5 Km da costa  apresenta um espelho d’água com área de 7,2 km2.

O Rio Almada faz parte da Bacia Hidrográfica do Leste, nasce no município de Almadina, na Serra do Pereira e passam pelos municípios de Coaraci, Lomanto Júnior, Itajuípe, Uruçuca e Ilhéus. Rio Almada tem 94 Km de extensão.
O Comitê das Bacias Hidrográficas do Leste - CBHL, nasce, com área de atuação nas respectivas bacias hidrográficas, nos termos da RESOLUÇÃO CONERH Nº 08, de 14 de fevereiro de 2006, que aprovou sua proposta de instituição.

A Bacia do Almada está inserida na região cacaueira da Bahia, local em que as formações florestais de mata atlântica foram mais conservadas devido ao modelo agrícola utilizado (cabruca). A adoção dele fez com que, ao longo de mais de 200 anos, se conservassem importantes fragmentos de floresta, fauna e solo, além dos recursos hídricos.

Viabilidade como captação de águas
             
Cabe ao Estado por meio dos órgãos competentes implementar a política, arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos e coordenar a gestão integrada das águas, com vista a planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos. Formar uma comissão que envolva:

  •     Inema  
  •     Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI);
  •   • Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH's);
  •     Agências de Água; e
  •   • Órgãos públicos relacionados aos recursos hídricos.


Vila de Areias 

A Vila de Areias é  um único aglomerado humano que existe e é resultado de um processo de formação urbana bem recente. O local foi escolhido em 1980, na ocasião de uma grande enchente no rio Almada, pela Prefeitura de Ilhéus e lideranças locais para o assentamento definitivo dos desabrigados do extinto povoado de Laranjeiras. Foi então desapropriada da Fazenda de Areias uma área de 10 ha (BAHIA, 1999).  O povoado de Areias é formado por algumas ruas, aglomerados residenciais, situando-se às margens da Lagoa com uma população estimada em 900 habitantes, 292 casas e possui serviços de eletrificação e água encanada. A população usa a Lagoa para tratar alimentos, lavar animais e muitas vezes para uso das suas necessidades biológicas. Conforme fotos de José Nazal.





* Por Ed Ferreira

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