sábado, 25 de junho de 2016

O SIGNIFICADO SAGRADO DAS FESTAS JUNINAS




  
“As festas juninas foram originalmente” celebradas pelos nossos ancestrais indígenas e depois mantidas pelo povo do sertão nordestino, que como os índios, viviam basicamente da agricultura e tinham os seus próprios corações pulsando no ritmo do sagrado coração da Terra.
O ponto culminante da festa era o solstício de inverno, que acontece em 22 de junho, e comemorava a colheita e a preparação para a nova semeadura.  Neste dia, os povos indígenas acendiam fogueiras, dançavam e celebravam a colheita do milho, que era sua principal fonte de nutrição. É daí que vem o costume de comer derivados do milho, nas festas juninas. Neste período, era tempo de agradecer a Deus pela fartura e preparar-se para o recolhimento durante o inverno, tempo de introspecção, reflexão e seleção dos melhores grãos para o novo plantio, a ser feito no próximo equinócio (em março). O inverno é o momento para escolher os melhores frutos, selecionar suas sementes e voltar a semear.    Os frutos podres ou atrofiados servirão de adubo para enriquecer a Terra e prepará-la para receber os melhores grãos, que estão sendo escolhidos e armazenados.
Simbolicamente, este é um tempo de celebração e gratidão por toda abundância que usufruímos até agora. É também tempo de reflexão, autocrítica construtiva e escolha das sementes que queremos semear no novo plantio, de acordo com a experiência adquirida no ciclo que está terminando. De tudo de que foi planejado, certamente haverá metas que não foram conseguidas. A vida na Terra inclui frutos perfeitos e frutos não desenvolvidos. Os fracassos são o adubo para o plantio das novas sementes.   O solstício de inverno facilita acessar as energias que estão disponíveis na busca e investigação de quais são as causas que têm nos impedido até agora de alcançar o êxito. 
Este é um período de amor e solidariedade. Nós, seres humanos, temos vivido há centenas de milhares de anos, em estreito contato e harmonia com a Natureza, sendo partes dela mesma. Somente nos últimos séculos, é que construímos cidades, passamos a morar em edifícios cada vez mais altos e assim, acima do chão, nos tornamos cada vez mais inconscientes da nossa conexão com a Terra. Porém, essa conexão existe, todo nosso ser segue respondendo a esses ciclos, pulsando, levando esse programa em nossos genes, quer saibamos disto ou não.
Nós somos e sempre seremos filhos da Terra, como os nossos ancestrais indígenas e sertanejos, homens e mulheres do campo, que nos deixaram as festas juninas, como rituais de conexão entre nós e com a nossa grande Mãe.
Este é um convite para juntos resgatarmos a Tradição dos nossos ancestrais, honrando o sentido deste ritual e atualizando-o em nosso presente momento. Vamos aproveitar estes dias especiais para celebrar a nossa colheita e refletir sobre nosso próximo plantio. É assim que reativaremos em nós a semente do sagrado, reconhecendo e honrando o nosso vínculo com a Terra, com o “Grande Mistério”(Deus) e com todos os filhos da Terra.
Nós somos os Guerreiros do Arco-íris, quer saibamos disto ou não. Celebremos este dom!

Como vocês podem perceber, as festas juninas têm tudo a ver com o Brasil. Sugiro que prestem atenção ao convite que esta celebração nos faz para uma reflexão pessoal sobre a nossa colheita deste ano.
(1) Quais os bons frutos que colhi e posso celebrar?
(2) Quais os melhores grãos, que eu vou escolher para o novo plantio?
(3) Quais os grãos apodrecidos ou atrofiados, que eu usarei para produzir o adubo que nutrirá o novo plantio?
Acho perfeita esta simbologia: numa colheita tudo é um presente sagrado da natureza. Os melhores grãos serão replantados, mas os grãos ruins são imprescindíveis como adubo do novo plantio.

É isso. "

Nenhum comentário:

Postar um comentário